É tarde eu já vou indo...

A porta estará sempre aberta. Caberá a você ousar entrar, espiar, invadir e decidir descobrir o que tem do lado de dentro.
Não posso ser responsável pelas suas impressões, elas serão simplesmente suas.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Retrato da Alma

Foto: Paula de Carvalho
Lapa-PR - 2007

Andando ia sozinha.
Alma inquieta, dispersa, desvairada.
Solidão que se avizinha,
ia comigo como companhia.

Solidão da alma que não se acalma,
alarga o peito de coração estreito.
confunde a mente já demente,
invade o resto que ficou desfeito.

Barulho urbano, intocável eco distorcido.
Som conhecido do coração partido,
da alma calada que aos poucos se apaga,
deixando o nada sem sentimento, sem choro, sem lamento.

Feliz, palavra apenas de dicionário e de poema,
mas nunca habitada pela alma pequena.
Que sente pena do corpo lento,
que o movimento se faz pelo vento.

Vagueia ventania.
Repisa o sopro da vida.
Chuta o tempo e aos pontapés quebra o silêncio.
Assim termina mais um dia.

Niterói/2003 - Sem revisão

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